quarta-feira, 14 de abril de 2010

Professores grevistas promovem ato contra o Governo de Minas em Realeza

Dezenas de professores estiveram presentes ao centro do balão do trevo para realizarem a manifestação.
(Foto: E.C.Sette / PR)
O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), subsede de Manhuaçu mobilizou seus afiliados e demais profissionais da área de ensino com caravanas de Manhuaçu, Matipó e São João do Manhuaçu realizando uma manifestação contra o Governo de Minas no entroncamento das rodovias BR 116 e BR  262 em Realeza hoje às 16 horas.
Dezenas de profissionais da educação tomaram o balão central do trevo deste distrito com cartazes, panfletos e apitaço na intensão de sensibilizar a população para a causa. Eles reinvidicam salários mais dignos, pois segundo o sindicato, o piso da categoria é inferior ao salário mínimo, o que fere a Constituição Brasileira.
Este movimento foi apenas um dos inúmeros atos promovidos pelo sindicato antes da assembleia que ocorrerá amanhã em Belo Horizonte, onde os grevistas irão ouvir as ofertas do Governo e então decidir se colocam fim ao movimento ou se irão manter por tempo indeterminado a paralização. "É amanhã que vai decidir os rumos da greve, se a greve continua ou se retorna. Nós vamos saber se o Governo chamou para a negociação, qual foi a proposta apresentada. Porque estes dez por cento que ele apresentou não atende a categoria, que é um enrolo porque vai no piso remuneratório, então alguns nem vão ter benefício com esses dez por cento. Então o sindicato está ciente do que a categoria está vivendo, por isso que ele está fazendo juntamente com a própria categoria essa greve." Disse Fani Hott, presidente do Sind-UTE em Manhuaçu.
A panfletagem ocorreu de forma pacífica, tendo o apoio total dos usuários das duas rodovias,
que compreenderam as razões do movimento.
(Foto: E.C.Sette / PR)
Os grevistas são unânimes em apontar os problemas que os profissionais da educação enfrentam hoje com o salário defasado. "O movimento está sendo pacífico, principalmente aqui nessa tarde, acompanhado pela Polícia Rodoviária Federal e a Polícia Militar. Eu falo como professor da rede estadual e falo como pai de alunos da rede estadual e o que nós vemos hoje é uma situação onde um professor chefe de família está tendo muita dificuldade financeira, pois muitos não ganham nem mesmo um salário mínimo de acordo com a tabela do governo. Esse movimento começou semana passada e nós estamos tendo um grande número de escolas aderindo a cada dia e nós cremos que amanhã em Belo Horizonte após a assembleia vai ter um resultado positivo. Professor hoje está sendo a profissão mais mal paga e mais mal vista, não tendo condição nem de se vestir direito para se apresentar para o aluno. Na sala de aula os alunos estão tendo todo um amparo legal de insubordinação e o professor sofre com isso, pois sofrem ameaças psicológicas e físicas, além de um salário irrisório. O governo ficou de pagar dois abonos salariais esse ano, um no primeiro semestre e outro no segundo e nós ficamos sabendo que ele não vai mais pagar o abono do segundo semestre". Disse Júlio Caetano, professor e morador de Realeza. Ele apontou ainda a principal reinvindicação que é o piso salarial nacional: "Nós queremos um piso de R$ 1.312,00 e o Governo de Minas está pagando hoje somente R$ 362,00. O restante são em ajudas e abonos que não somam em nosso salário como direitos, podendo entrar um novo governante e retirar tais valores. Por isso nós queremos algo fixo, piso realmente e essa é a nossa luta no momento".


Reinvindicação

Os profissionais grevistas fizeram  a planfletagem no local alertando à população sobre a necessidade da greve. Segundo eles, o governo estadual ainda não implementou o valor do piso, que vigora no país desde 1º de janeiro deste ano, segundo a lei 11.738, de 16 de julho de 2008 e entendimento da Advocacia Geral da União (AGU), de dezembro de 2009, que é de R$ 1.204,00. Ainda, de acordo com a categoria, estão pleiteando o reajuste deste valor para os exercícios de 2009 e 2010 que atualizados somam R$ 1.312,00.

Segurança

A Polícia Rodoviária Federal deu amplo apoio logístico ao movimento grevista, impedindo que
houvesse congestionamento durante as panfletagens.
(Foto: E.C.Sette / PR)
A prova de que foi um movimento pacífico foi o fato de que teve o acompanhamento por parte das polícias federal e militar, que deram suporte logístico aos manifestantes, permitindo que dessem sua mensagem do mesmo modo que impediram de que se criassem transtornos aos usuários das rodovias, visto que o horário escolhido para a paralização ser de pico.
Panfleto distribuído pelo movimento grevista durante
a mobilização em Realeza.
(Foto: Reprodução E.C.Sette / PR)
Portal Realeza


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