PRF de Realeza prende suspeitos de sequestrarem taxista
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Policiais rodoviário federais Rhodes e Wiris, que juntamente com o policial Carvalho efetuaram a apreensão dos suspeitos (Foto: E.C.Sette / PR) |
Na tarde desta quinta-feira (11), os agentes Rhodes e
Carvalho, da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Realeza efetuaram uma
perseguição a um taxi Corsa Classic por aproximadamente 45 km, da cidade de São
João do Manhuaçu até a cidade de Fervedouro.
Segundo os agentes, eles davam cobertura a uma equipe que
faz o levantamento do fluxo de veículos na rodovia BR 116 e que está instalada
próxima ao trevo da cidade de São João do Manhuaçu, quando no momento em que
foi dado o sinal para que o Corsa parasse para ser feita a pesquisa, ele
evadiu-se, com o motorista jogando o carro para cima do agente Carvalho. Foi
então feita a perseguição em alta velocidade, sendo o veículo interceptado
quando tentava entrar em um bairro na cidade de Fervedouro.
No momento da interceptação, saíram três indivíduos do
veículo que tentaram fugir, sendo imobilizados e dada voz de prisão a todos. Neste
procedimento os agentes federais contaram com o auxílio de dois policiais à
paisana que trafegavam pela rodovia e viram a perseguição.
Após a apreensão foi verificado que havia uma ocorrência
feita às 22h40 da noite anterior por familiares do taxista Romário Marcelino de
Oliveira, de 22 anos, informando seu desaparecimento e de seu veículo, o Corsa Classic
placa HNY-1292 de Muriaé/MG, quando saiu para uma corrida no trajeto entre o
Centro de Muriaé até o Hospital do Câncer (Fundação Cristiano Varella –FCV),
naquela cidade.
Após a abordagem houve depoimentos conflitantes entre os
suspeitos e o taxista. Segundo os dois suspeitos, Rony de Paulo Santos, de 22
anos e Vinícius Fernandes Cupertino, de 18 anos, o taxista os acompanhou de
livre vontade até alguns pontos de droga na cidade de Belo Horizonte. Já o
taxista relatou que foi colocado dentro do porta mala de seu carro, onde só foi
retirado a uma distância aproximada de 100 km da capital mineira. E a partir
daí ficou constantemente sob ameaças dos dois elementos, com uma faca na altura
de seu pescoço, apresentando inclusive algumas marcas recentes de cortes nesta
área do corpo. Diante dos depoimentos contraditórios, os agentes federais
encaminharam os três indivíduos para a 6ª Delegacia Regional da Polícia Civil
de Manhuaçu, sendo entregues para o delegado de plantão, Dr. Diógenes Curtinhas,
que assumiu o caso.
“Nós verificamos que havia uma contradição entre os
depoimentos dos autores e da vítima. Eles alegam que a vítima foi a um ponto de
drogas e fazia o consumo das drogas juntamente com eles. Já o taxista apresenta
algumas lesões no rosto e pescoço oriundas de objeto cortante, a qual, segundo
o mesmo, foi utilizado para ameaça-lo para que ele fosse levado junto ao
veículo. Não havendo mais como apurar essas informações, encaminhamos os três para
a presença do delegado, que irá intimar algumas testemunhas, ratificando ou não
esse flagrante”. Disse o policial Rhodes.
Qualificação de roubo
Após o Delegado de Plantão Dr. Diógenes Curtinhas ouvir os
envolvidos, foi constatado não se tratar de sequestro, mas de roubo qualificado,
pois em nenhum momento houve pedido de resgate para liberação da vítima. Foram apresentadas
comunicações confirmando terem os familiares registrado ocorrência em razão do
desaparecimento do taxista. Na interceptação, ficou constatado pelos agentes
federais de Fervedouro tratar-se do veículo desaparecido da cidade de Muriaé e,
em ato contínuo, foi identificado um dos condutores como sendo o taxista
desaparecido.
Diante da apuração, o delegado plantonista decidiu ouvir o
taxista como vítima, liberando-o às 04 horas da manhã, juntamente com seu
veículo após a vistoria.
Segundo o advogado do taxista, Dr. André Zappalá, seu
cliente foi vítima desde o primeiro momento em que aceitou fazer a corrida para
os dois suspeitos.
“No ato da abordagem meu cliente empreendeu em fuga talvez
por aflição ou pelo fato de estar sob pressão. Na delegacia, durante o
depoimento e com a constatação de que a própria família havia feito ocorrências
tanto na polícia rodoviária como na polícia militar de Muriaé a respeito de seu
desaparecimento, ficou comprovado que o Romário é apenas uma vítima a mais em
sua profissão, quando são contratados a realizarem corridas que em muitas das
vezes os contratantes são pessoas desconhecidas”. Disse o advogado.
Os dois suspeitos estão à disposição da Justiça, sendo
enquadrados e responderão pelo crime de roubo, provavelmente sendo transferidos
para Muriaé.
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O Corsa Classic roubado pelos suspeitos. No detalhe, um buraco da bala que atingiu o veículo durante a interceptação (Fotos: E.C.Sette / PR) |
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Os suspeitos Rony de Paulo e Vinícius Fernandes após serem detidos, já no posto da PRF em Realeza (Fotos: E.C.Sette / PR) |
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A viatura da PRF avariada após efetuar a interceptação do Corsa e as marcas causadas por objeto cortante no pescoço do taxista Romário Marcelino de Oliveira (Fotos: E.C.Sette / PR) |
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