Documentos são apreendidos pela Justiça na Prefeitura de Simonésia
(Foto: Jaílton Pereira / Portal Caparaó) |
Policiais militares apoiaram uma ação da Justiça da Comarca
de Manhuaçu na Prefeitura de Simonésia nesta segunda-feira, 28. Oficiais de
Justiça apreenderam documentos relativos a diárias e licitações solicitados
pelo Ministério Público por conta de denúncias de irregularidades.
A grande movimentação policial parou a região central da
cidade de Simonésia. Cerca de vinte policiais militares fecharam as saídas da
sede da prefeitura durante o período que os oficiais de justiça recolhiam os
documentos indicados no mandado de busca e apreensão.
Segundo a prefeitura, os processos apreendidos foram
relativos a duas obras de redes pluviais em ruas da cidade, as diárias de
funcionários para viagem em outros municípios a serviço e um procedimento sobre
recolhimento de lixo hospitalar.
Com uma viatura e um carro do Tribunal de Justiça
carregados, os documentos foram encaminhados para o Ministério Público em
Manhuaçu.
Surpresa
(Foto: Jaílton Pereira / Portal Caparaó) |
A Prefeita Marinalva Ferreira concedeu entrevista após a
apreensão dos documentos e afirmou que ficou surpresa com a ação e classificou
a medida como um exagero por conta da movimentação de policiais fechando a
prefeitura. “Quando chegou aqui o pessoal com mandado de busca e apreensão e
vários policiais fechando a prefeitura, ficamos desapontados e muito surpresos
porque na verdade tudo o que o Ministério Público tem pedido, nós temos
informado. Toda documentação solicitada nós respondemos dentro dos prazos”,
afirmou.
Segundo a prefeita, as denúncias anônimas tiveram motivação
política: “É uma atitude covarde de fazer denúncias anônimas. É porque estamos
trabalhando? Estamos incomodando? Porque ficou muita “gente boa” oito anos na
prefeitura e não conseguiu realizar os sonhos e apresentar para a sociedade o
trabalho? Nós estamos incomodando muito porque trabalhamos”, pontuou.
Marinalva Ferreira afirmou que acredita que não há
irregularidades nas diárias concedidas a funcionários para atender o interesse
do município em viagens para outras cidades. Ela citou, como exemplo, os
motoristas que viajam diariamente no setor de saúde para levar pessoas para
tratamento fora do domicílio e argumentou que tem uma lei que ampara todo o
procedimento.
Licitações
(Foto: Jaílton Pereira / Portal Caparaó) |
O segundo caso é sobre a empresa licitada para recolhimento
de lixo hospitalar. “Ano passado tínhamos a empresa Colefar que vinha no
serviço de saúde na cidade para coletar o lixo hospitalar. Só que nós temos
sete PSFs. Fizemos nova licitação dentro do que manda a lei e com toda a
publicidade devida, mas não apareceu empresa interessada. Então estamos
descobertos nessa área. Contudo podem visitar nossas unidades de saúde e
verificar que o lixo hospitalar está separado devidamente”, argumenta.
O terceiro processo licitatório apreendido é sobre a
construção de rede pluvial com asfaltamento na Rua Maria Alves de Abreu
(entrada de Simonésia). A prefeita informou que o recurso, da ordem de 150 mil
reais, foi conseguido em 2009, mas só executado em 2011. “Podem ir lá e
verificar a obra está pronta e atende a demanda, afinal acabamos com o problema
e olha que ainda fizemos a rede de esgoto nova. Tem que ir lá e ver se dois
anos depois consegue fazer uma obra daquela dimensão com 150 mil reais. A
licitação foi toda legal e a obra foi executada”, defende.
Marinalva ironiza o que chama de quarta denúncia, sobre uma
rede pluvial na Rua Padre Miguel. “Lutamos e conseguimos o recurso, mas quem
fez foi o Estado. Então denunciaram a gente e eu não sei por quê. A única coisa
que fizemos nessa obra foi pedir, lutar com o Governo do Estado para que fosse
feita. Às vezes, trabalhar é errado né?”, questiona criticando a denúncia que
considerada infundada.
Como a tarde toda o Centro da cidade ficou cheio de pessoas
acompanhando a movimentação, inclusive com lideranças de oposição ao governo na
praça, Marinalva Ferreira explica que houve um constrangimento grande para a
Administração.
Para ela, não havia necessidade de todo o aparato policial:
“Se o Ministério Público tivesse pedido, como sempre fez, jamais deixaríamos de
atender. Estamos à disposição e com as portas da prefeitura para informar ao Ministério
Público, a imprensa e à população. Como eu disse: foi tudo publicado, fizemos
licitação e quem ganhou, ganhou, quem não ganhou não é problema meu. Os
processos foram corretos”.
Com informações e imagens de Jailton Pereira / Carlos
Henrique Cruz – Portal Caparaó