domingo, 25 de março de 2012

Simpósio de Cafeicultura terá edição internacional em 2013


Autoridades regionais e estaduais presentes no 16º Simpósio
(Foto: E.C.Sette / PR)

O 16º Simpósio de Cafeicultura de Montanha terminou nesta sexta-feira, 23, com um Dia de Campo em Martins Soares. Na quarta e quinta, palestras, minicursos e apresentação de produtos e implementos para a cafeicultura foram marcados pela expressiva presença de produtores, técnicos e engenheiros agrônomos de toda a região. Para 2013, a proposta é internacionalizar o encontro de café e investir na projeção da marca do Café das Matas de Minas.
Realizado pela Associação Comercial, Industrial e de Agronegócios de Manhuaçu (ACIAM) e a Associação de Cafés Especiais de Minas Gerais (SCAMG), o Simpósio de Cafeicultura teve dezesseis palestras e minicursos ao longo de dois dias. Cerca de 50 empresas apresentaram seus produtos e serviços em estandes no Parque de Exposições de Manhuaçu. No total, a organização calcula que 2.200 pessoas passaram pelo evento em cada dia.
Segundo o Presidente da ACIAM, Toninho Gama, a 16ª edição superou os números de expositores e de participantes. “O objetivo está sendo alcançado: o produtor está participando e buscando informações. Isso nos motiva a realizar um evento sempre melhor. Uma proposta que ganhou força durante o evento é a internacionalização do Simpósio de Cafeicultura”, avaliou.
O Secretário de Estado de Agricultura, Elmiro Nascimento, representando o Governador Antônio Anastasia, declarou o apoio do Governo de Minas à proposta de tornar o encontro um ponto referencial para o mundo consumidor de café. “O diferencial é dar um passo para interligar e trocar experiências, pesquisas e conhecimento de pessoas de outros países produtores e de consumidores de café no mundo”, completou o Toninho Gama.

Marketing do café

O Secretário de Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, Elmiro Nascimento declarou apoio
para que o Simpósio tenha a edição internacional
(Foto: E.C.Sette / PR)
O café tem qualidade e está pecando em marketing para que possa ter um preço que valorize mais o trabalho do cafeicultor. O produtor, que está na base da cadeia produtiva, não recebe o que é devido. “Temos que buscar uma remuneração proporcional à qualidade. Hoje, vemos o café na mão de um torrefador ou de um exportador tem um preço muito melhor e isso tem que ser repassado aos produtores. Temos que dar a projeção que a qualidade do nosso café tem no mercado externo. Nosso produtor já faz qualidade, mas o nosso preço ainda é o mais baixo”, garantiu o dirigente da ACIAM.
Durante os dois primeiros dias, foram apresentadas palestras que mostraram novas técnicas e pesquisas relacionadas à qualidade, produtividade e combate a pragas do cafeeiro. Os Correios mostraram soluções para exportação, inclusive de café para outros país do mercado consumidor. Além disso, o Simpósio trouxe perspectivas de mercado, uma apresentação sobre mágica e motivação e um debate amplo sobre a fiscalização do Ministério do Trabalho durante a safra, com foco na utilização de máquinas pelos trabalhadores da colheita.
O Presidente da ACIAM, Toninho Gama recebe das mãos de André
Farrath, Vice-presidente da Federaminas, um Diploma de reconhecimento
da Federação ao apoio dado à cafeicultura
(Foto: E.C.Sette / PR)
Especialista em mercado e marketing, o consultor Carlos Brando explicou que a região tem que agregar valor ao café (hoje vendido sem qualquer diferencial), mas antes precisa criar uma organização do setor da produção para trabalhar coletivamente a representatividade do Café das Matas de Minas. “Não há como uma fazenda fazer marketing sozinha. Nas Matas de Minas é preciso agrupar esses produtores, ter volume e capacidade de viabilizar o projeto. É preciso pensar numa entidade forte que reúna as associações, cooperativas e produtores. Temos exemplos que foram feitos assim no Sul de Minas, na região Mogiana em São Paulo e o Cerrado Mineiro. Eles hoje são reconhecidos no mundo. Temos que aprender com esses exemplos e replicar aqui”.
Segundo Carlos Brando, o mundo quer café com qualidade e sustentável. “O mercado consumidor que ter a certeza de que o café está sendo produzido com respeito ao meio ambiente e à mão de obra. Eles pagam melhor por isso. Agora, o que eu digo é justamente isso. Tem que saber se o valor pago cobre o investimento. Daí é que eu falo: o pequeno produtor não consegue fazer isso sozinho e por isso a necessidade de uma entidade representativa”.

Mercado Mundial

Especialista no mercado mundial, André Farrath é vice-presidente da ACIAM e afirma que a proposta de levar o café da região para o mercado mundial passa pela internacionalização do evento em Manhuaçu: “Ainda somos tímidos com relação ao nosso café no mercado internacional. Não encontramos ainda a marca do café brasileiro nos supermercados dos outros países. Isso é preocupante. Nosso café ainda não tem força no mundo, como outros países que produzem pouco e nem têm a nossa qualidade”.
Ele defende que o produtor exporte seu café para o mercado externo. “Já temos qualidade, mas os cafeicultores precisam aprender a colocar seu café em outros países. Com a mudança na legislação, ficou mais fácil que esse processo aconteça diretamente e vamos trabalhar por isso. Com o evento focado no mercado internacional, também será melhor para trabalharmos”, afirmou.

Dia de Campo

Na sexta-feira, depois do sucesso dos dois primeiros dias, o Simpósio de Cafeicultura terminou com a confirmação de bons resultados. Um grande número de produtores participou do Dia de Campo no Centro Experimental de Café Eloy Carlos Heringer, em Martins Soares.
Técnicos e engenheiros das Fazendas Heringer apresentaram pesquisas com variedades diversas de café, métodos diferentes de adubação, poda e cuidados com controle de pragas e doenças do cafeeiro.
O encerramento foi com o tradicional almoço de confraternização.

Com informações e imagens de Carlos Henrique Cruz / Jailton Pereira

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