Brasil cria rede de combate ao crack
A criação de uma rede de comunicação, segura e confiável, entre as delegacias de Polícia Civil especializadas no combate ao narcotráfico, para a identificação e mapeamento das rotas do tráfico de crack no país, é uma das prioridades de acordo de cooperação técnica assinado, nesta sexta-feira, em Brasília, pelo Ministério da Justiça e oito estados. Minas Gerais é um dos signatários do acordo, que também recebeu a adesão do Rio de Janeiro, Paraná, Mato Grosso do Sul, Bahia, Pernambuco, Pará e Acre.
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| (Imagem: Reprodução) |
De acordo com a assessora especial do Ministério da Justiça, Isabel Figueiredo, que coordena os trabalhos, São Paulo, Mato Grosso e Rio Grande do Sul já manifestaram interesse em participar do projeto. “A ideia é desenvolver um trabalho de longo prazo para a integração dos departamentos de narcóticos de todos os estados para o combate efetivo ao crack”, disse. Com o acordo, um núcleo permanente de enfrentamento ao crack foi criado no Ministério da Justiça, que ficará responsável por articular as ações para a integração operacional das polícias civis estaduais.
Isabel Figueiredo informou que o acordo também vai possibilitar o investimento de R$ 13 milhões no reaparelhamento dos departamentos de narcotráfico dos estados, com recursos do orçamento do Ministério da Justiça, alocados para o Plano de Enfrentamento ao Crack. “Estamos atendendo a uma demanda dos estados e o investimento será feito, de forma prioritária, na aquisição de equipamentos como micro câmeras, gravadores, binóculos com visão noturna e, eventualmente, em viaturas”, detalhou.
Outra vertente de atuação será a qualificação dos policiais civis dos estados que atuam no combate ao tráfico de drogas. “Vamos oferecer grandes cursos que serão ministrados por especialistas dos estados, da Polícia Federal e internacionais”, afirmou.
A uniformização das estatísticas de apreensão de crack dos estados é mais uma meta do acordo. Segundo Isabel Figueiredo, o Ministério da Justiça já conta com um grande banco de dados sobre apreensões de drogas em todo o país, o Sistema Nacional de Apreensões de Drogas (Sinad). Mas, afirma, por falta de padronização de metodologia de apuração nos estados, não há números específicos confiáveis sobre as apreensões de crack.
“Hoje muitos estados, na hora de classificar as apreensões de crack, identificam a droga como cocaína em forma de crack. Aí, a apreensão entra nas estatísticas de cocaína, o que confunde o trabalho”, esclareceu. Ela acrescenta que representantes do Ministério da Justiça e dos estados que participam em acordo já iniciaram os estudos para a padronização das estatísticas. Eles terão o auxílio do Instituto Nacional de Criminalística.
A delegada Andréa Ferreira Silva, da Divisão de Investigação Antidrogas de Belo Horizonte, enaltece a possibilidade de agilizar as investigações. “Não vamos mais fragmentar a informação, mas contar com a ajuda de colegas que trabalham na mesma militância, com trocas seguras de dados”, diz.
O acordo de cooperação técnica integra as ações do Plano Enfrentamento do Crack, instituído pelo Governo Federal. Este ano, devem ser investidos cerca de R$ 410 milhões.
Com informações do site Hoje em Dia
