Familiares de pedreiro fazem manifestação em frente ao Fórum
(Foto: Reprodução / Eduardo Satil) |
De maneira bastante silenciosa, apenas exibindo uma faixa, familiares e amigos do pedreiro Expedito Alves de Oliveira, 45, fizeram uma manifestação rápida, na tarde desta quinta-feira (28), em frente ao Fórum Desembargador Alonso Starting, em Manhuaçu. Eles vieram cobrar rapidez e despertar a sociedade, para que o caso não caia no esquecimento.
O pedreiro Expedito Alves de Oliveira, foi violentamente agredido na noite de 03 de janeiro passado, quando era conduzido por dois militares do Destacamento PM de Simonésia. A vítima foi detida em casa, após a apreensão de sua moto, que estava em poder de Jean Carlos de Souza, 22. O rapaz estava sem habilitação e documentos. Expedito Alves, recebeu voz de prisão por entregar a moto à pessoa inabilitada.
O inusitado é que os policiais, Cb. Zinis e Sd. Isaac Assis pararam duas vezes e, gastaram um tempo recorde até Manhuaçu, que fica distante aproximadamente 23 km de Simonésia. A última parada aconteceu no Auto Posto Picada, às margens da MG 111, para que a vítima e um dos policiais pudessem lavar as mãos que estavam sujas de barro, já que os policiais contaram que o rapaz havia sofrido uma queda.
Expedito Alves chegou à Delegacia de Polícia inconsciente e, pouco tempo depois veio a falecer.
Dias de angústia em busca de justiça
A necropsia feita no corpo de Expedito Alves de Oliveira constatou que houve ruptura do baço, fígado e outros vitais, provocados por chutes que o levaram à morte.
A Delegacia de Homicídios, responsável pelo caso apurou que um dos policiais teria sido o autor das agressões, enquanto que o outro ficou observando a covardia. “Constata-se que os investigados agiram com manifesta intenção de ocultar o crime praticado”, disse o promotor Fábio Santana ao pedir a preventiva dos acusados.
O pai da vítima, José Pedro Alves encontrou rapidamente com o juiz da Vara Criminal da Comarca de Manhuaçu na tarde de quinta-feira e, disse ter pedido apenas que se faça justiça. “São quatro meses de tristeza, solidão e lágrimas rolando. Tomara que os homens aqui na terra façam a justiça acontecer”, disse emocionado.
A reportagem também conversou com a irmã do pedreiro, que foi covardemente espancado na noite de 03 de janeiro, em Simonésia. Nádia Sabrina de Souza Alves conta que toda a família continua sofrendo. Segundo ela, algumas pessoas acham que a manifestação que a família está fazendo na casa da Justiça e sinônimo de bagunça, mas, o que todos querem é que os culpados paguem pelo crime. “Imagine alguém que você ama sendo espancado, tendo os órgãos dilacerados de forma brutal. A vinda ao Fórum é exatamente para chamar a atenção do Poder Judiciário. Imagine se esse fosse seu irmão, seu filho, pai ou quem você gosta tanto”, desabafou.
Os dois policiais, Cb. Zinis e Sd Assis, estão presos por determinação da Justiça, através de prisão preventiva pedida pelo promotor de Justiça, Fábio Santana.
A audiência para a instrução do processo, em que os dois PMs foram denunciados por tortura, lesão corporal seguida de morte, está marcada para o dia 10 de maio, às 13 h. no Fórum Desembargador Alonso Starling.
Com informações e imagens de Eduardo Satil para o Portal Caparaó