Sind-UTE/MG: Greve dos professores já atinge 50% da categoria
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(Foto: Reprodução / Geraldo Lara) |
Professores da rede estadual de ensino decidiram em assembleia nesta quarta-feira (08) permanecer em greve por tempo indeterminado. Cerca de dois mil trabalhadores da educação se reuniram no pátio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais e voltaram a reivindicar aumento do piso salarial da categoria. Segundo o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE-MG), esse número chegou a cinco mil. Pela manhã, o Conselho Geral da entidade se reuniu no Auditório do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Minas Gerais (CREA/MG), à Av. Álvares Cabral, 1.600, Santo Agostinho, para debater as estratégias da campanha salarial. De acordo com a coordenadora do Sind-UTE-MG, Beatriz Cerqueira, as aulas só serão retomadas após o Governo atender ao pedido de aumento.
Em negociação salarial desde fevereiro deste ano, os professores exigem que a base salarial, que atualmente é de R$ 369, passe para R$ 1.597. Segundo o sindicato, este é o valor previsto pela Lei nº 11.738/2008, que instituiu o Piso Profissional Nacional (PSPN) para trabalhadores de nível médio com jornadas de até 24 horas semanais. Eles pedem também o fim do modelo de pagamento por subsídios, que começou a ser praticado pelo governo este ano. O Sind-UTE/MG explica que o subsídio, ao contrário do Piso Salarial, é composto de toda a remuneração do profissional da educação e afirma que subsídio não é Piso Salarial.
Além da continuidade do movimento de greve, durante a assembleia, ficou decidido que o sindicato entrará, na próxima sexta-feira, com representação no Ministério Público Federal e Estadual para cobrar a aplicação da Lei em Minas. Na quinta-feira (09), os representantes da classe participam de uma audiência pública para discutir os problemas da Cidade Administrativa. E na sexta-feira (10), a partir das 9h, os trabalhadores em educação também participarão de audiência pública no Legislativo Estadual para discutir o Plano Nacional da Educação.
Para Beatriz Cerqueira, a inércia do Governo traz um grande prejuízo à educação em Minas Gerais. “Novamente os profissionais da educação se veem diante de um governo incapaz de adotar política de valorização profissional, mesmo quando imposta por uma lei federal, a lei que instituiu o Piso Salarial Profissional Nacional. Por isso, precisamos pressionar o Governo: paga o Piso ou a gente para a escola!”, afirma.
Porém, as informações sobre o piso salarial são contestadas pela Secretaria Estadual de Educação. De acordo com o órgão, o valor do piso nacional estipulado pelo Ministério da Educação (MEC) é de R$ 1.187, e não R$ 1.597. Este último valor teria sido obtido através de um cálculo não oficial da Confederação Nacional dos Trabalhadores. Além disso, a quantia seria para jornadas de 40 horas semanais.
A secretaria informa que com o novo sistema de remuneração adotado pelo Estado, o valor básico pago para a categoria ficou em R$ 1.122 para 24 horas. Até o ano passado, o salário-base da categoria era de R$ 369 com acréscimo de vantagens. Em alguns casos, o valor de R$ 1.122 não era atingido. Conforme o sindicato, 50% das escolas no Estado aderiram à paralisação. Uma nova assembleia será realizada no dia 16 de junho.
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