Simpósio de Cafeicultura terá edição internacional em 2013
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Autoridades regionais e estaduais presentes no 16º Simpósio (Foto: E.C.Sette / PR) |
O 16º Simpósio de Cafeicultura de Montanha terminou nesta
sexta-feira, 23, com um Dia de Campo em Martins Soares. Na quarta e quinta,
palestras, minicursos e apresentação de produtos e implementos para a
cafeicultura foram marcados pela expressiva presença de produtores, técnicos e
engenheiros agrônomos de toda a região. Para 2013, a proposta é
internacionalizar o encontro de café e investir na projeção da marca do Café
das Matas de Minas.
Realizado pela Associação Comercial, Industrial e de
Agronegócios de Manhuaçu (ACIAM) e a Associação de Cafés Especiais de Minas
Gerais (SCAMG), o Simpósio de Cafeicultura teve dezesseis palestras e minicursos
ao longo de dois dias. Cerca de 50 empresas apresentaram seus produtos e
serviços em estandes no Parque de Exposições de Manhuaçu. No total, a
organização calcula que 2.200 pessoas passaram pelo evento em cada dia.
Segundo o Presidente da ACIAM, Toninho Gama, a 16ª edição
superou os números de expositores e de participantes. “O objetivo está sendo
alcançado: o produtor está participando e buscando informações. Isso nos motiva
a realizar um evento sempre melhor. Uma proposta que ganhou força durante o
evento é a internacionalização do Simpósio de Cafeicultura”, avaliou.
O Secretário de Estado de Agricultura, Elmiro Nascimento,
representando o Governador Antônio Anastasia, declarou o apoio do Governo de
Minas à proposta de tornar o encontro um ponto referencial para o mundo
consumidor de café. “O diferencial é dar um passo para interligar e trocar
experiências, pesquisas e conhecimento de pessoas de outros países produtores e
de consumidores de café no mundo”, completou o Toninho Gama.
Marketing do café
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O Secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Elmiro Nascimento declarou apoio para que o Simpósio tenha a edição internacional (Foto: E.C.Sette / PR) |
O café tem qualidade e está pecando em marketing para que
possa ter um preço que valorize mais o trabalho do cafeicultor. O produtor, que
está na base da cadeia produtiva, não recebe o que é devido. “Temos que buscar
uma remuneração proporcional à qualidade. Hoje, vemos o café na mão de um
torrefador ou de um exportador tem um preço muito melhor e isso tem que ser
repassado aos produtores. Temos que dar a projeção que a qualidade do nosso
café tem no mercado externo. Nosso produtor já faz qualidade, mas o nosso preço
ainda é o mais baixo”, garantiu o dirigente da ACIAM.
Durante os dois primeiros dias, foram apresentadas palestras
que mostraram novas técnicas e pesquisas relacionadas à qualidade,
produtividade e combate a pragas do cafeeiro. Os Correios mostraram soluções
para exportação, inclusive de café para outros país do mercado consumidor. Além
disso, o Simpósio trouxe perspectivas de mercado, uma apresentação sobre mágica
e motivação e um debate amplo sobre a fiscalização do Ministério do Trabalho
durante a safra, com foco na utilização de máquinas pelos trabalhadores da
colheita.
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O Presidente da ACIAM, Toninho Gama recebe das mãos de André Farrath, Vice-presidente da Federaminas, um Diploma de reconhecimento da Federação ao apoio dado à cafeicultura (Foto: E.C.Sette / PR) |
Especialista em mercado e marketing, o consultor Carlos
Brando explicou que a região tem que agregar valor ao café (hoje vendido sem
qualquer diferencial), mas antes precisa criar uma organização do setor da
produção para trabalhar coletivamente a representatividade do Café das Matas de
Minas. “Não há como uma fazenda fazer marketing sozinha. Nas Matas de Minas é
preciso agrupar esses produtores, ter volume e capacidade de viabilizar o
projeto. É preciso pensar numa entidade forte que reúna as associações, cooperativas
e produtores. Temos exemplos que foram feitos assim no Sul de Minas, na região
Mogiana em São Paulo e o Cerrado Mineiro. Eles hoje são reconhecidos no mundo.
Temos que aprender com esses exemplos e replicar aqui”.
Segundo Carlos Brando, o mundo quer café com qualidade e
sustentável. “O mercado consumidor que ter a certeza de que o café está sendo
produzido com respeito ao meio ambiente e à mão de obra. Eles pagam melhor por
isso. Agora, o que eu digo é justamente isso. Tem que saber se o valor pago
cobre o investimento. Daí é que eu falo: o pequeno produtor não consegue fazer
isso sozinho e por isso a necessidade de uma entidade representativa”.
Mercado Mundial
Especialista no mercado mundial, André Farrath é
vice-presidente da ACIAM e afirma que a proposta de levar o café da região para
o mercado mundial passa pela internacionalização do evento em Manhuaçu: “Ainda
somos tímidos com relação ao nosso café no mercado internacional. Não
encontramos ainda a marca do café brasileiro nos supermercados dos outros
países. Isso é preocupante. Nosso café ainda não tem força no mundo, como
outros países que produzem pouco e nem têm a nossa qualidade”.
Ele defende que o produtor exporte seu café para o mercado
externo. “Já temos qualidade, mas os cafeicultores precisam aprender a colocar
seu café em outros países. Com a mudança na legislação, ficou mais fácil que
esse processo aconteça diretamente e vamos trabalhar por isso. Com o evento
focado no mercado internacional, também será melhor para trabalharmos”, afirmou.
Dia de Campo
Na sexta-feira, depois do sucesso dos dois primeiros dias, o
Simpósio de Cafeicultura terminou com a confirmação de bons resultados. Um
grande número de produtores participou do Dia de Campo no Centro Experimental
de Café Eloy Carlos Heringer, em Martins Soares.
Técnicos e engenheiros das Fazendas Heringer apresentaram
pesquisas com variedades diversas de café, métodos diferentes de adubação, poda
e cuidados com controle de pragas e doenças do cafeeiro.
O encerramento foi com o tradicional almoço de
confraternização.
Com informações e imagens de Carlos Henrique Cruz / Jailton
Pereira