Turmas unificadas: Decisão do Governo de Minas gera polêmica
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(Foto: Reprodução / Pedro Silveira) |
A medida vale para as turmas de 1º ao 9º ano do ensino
fundamental. A subsecretária estadual de Desenvolvimento da Educação Básica,
Raquel Elizabete Santos, afirma que a mudança é uma tentativa de melhorar o
aprendizado. "Já se sabe que estudantes apresentam melhor rendimento
quando os trabalhos são realizados em parcerias ou grupos. Por isso, a
unificação de turmas é uma maneira de trabalhar melhor os alunos",
afirmou. A subsecretária garante ainda que antes de unificar as turmas, as
escolas deverão levar em conta o estágio de aprendizagem dos alunos.
Já a presidente do Sindicato Único dos Trabalhadores em
Educação do Estado de Minas Gerais (Sind-UTE), Beatriz Cerqueira, afirma que a
medida vai dificultar a aprendizagem dos alunos e que é apenas uma maneira de o
governo reduzir custos. Beatriz promete acionar o Ministério Público Estadual
(MPE) para tentar proibir a novidade.
"Imagina seu filho de 6 anos na mesma sala de um de 9
anos. O conteúdo curricular é muito diferente, isso causa uma dificuldade de aprendizagem.
E os professores não foram treinados". A mesma metodologia foi
implementada no Estado do Mato Grosso, onde as entidades de classe também
recorreram ao MPE.
Especialistas
Para a psicóloga e professora do Centro Universitário UNA
Lecy Moreira, da maneira como ele foi implementado, o modelo dificilmente terá
bons resultados. Ela afirma que estudantes, principalmente aqueles em processo
de alfabetização, precisam de atenção constante dos educadores, o que ficaria
mais difícil com a mistura dos conteúdos.
A diretora do Centro Pedagógico da UFMG, Tânia Costa, tem a
mesma opinião. De acordo com ela, as novas turmas teriam que ser formadas após
serem traçados os perfis dos estudantes. "Os alunos precisariam ter níveis
de aprendizado próximos. Isso pode ser feito com o objetivo de desenvolver
aptidões dos jovens ou então fazer com que um aluno em um nível mais baixo
consiga evoluir em contato com outra turma mais à frente", explicou.
O Estado ainda não tem o número de escolas que aderiram ao
projeto.
Com informações e imagens do site do Jornal O Tempo