Manhuaçu enfrenta a maior epidemia de dengue de sua história
Troca de materiais inservíveis por material escolar mobilizou a população no último final de semana (Foto: Reprodução) |
A divulgação pelo Ministério da Saúde, através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) dos dados sobre a dengue, aponta que Manhuaçu já apresenta a maior epidemia desta doença em toda a sua história. De acordo com estas informações, apesar do número de notificações ser inferior ao apresentado em 2010, ano em que a cidade apresentou a sua primeira epidemia, os casos confirmados em 2013 são quase três vezes superiores ao apresentado naquela época.
De acordo com o SINAN, até a última parcial apresentada nesta sexta-feira (10), Manhuaçu registrou 2.029 notificações, que resultaram em 1.732 casos do tipo clássico da doença. Para o Ministério da Saúde, caso clássico é quando o paciente apresenta somente os sintomas típicos da doença, sem qualquer tipo de complicação. E deste total houve quatro casos confirmados que geraram complicações, um caso que resultou em dengue hemorrágica e uma vítima fatal.
Para efeito de comparação aos casos apresentados na primeira epidemia que a cidade enfrentou, naquele ano houve 2.128 notificações da doença, que resultaram em 633 casos clássicos confirmados, quase um terço do total de 2013. Já em relação a 2012, ano que a cidade não apresentou uma epidemia, houve apenas 133 notificações que resultaram em 9 casos clássicos da doença.
Para Emilce Estanislau, coordenadora do setor de Vigilância Ambiental, diversos fatores contribuíram para que surgissem os dados negativos apresentados pela cidade neste ano, como a epidemia enfrentada por diversas cidades vizinhas. “Este ano houve um número expressivo de casos notificados, mas principalmente de casos positivos. Mas a realidade enfrentada por Manhuaçu é um exemplo do que aconteceu em todo o Estado de Minas Gerais e no Brasil, sendo 2013 o ano de maior número de casos em toda a série em 20 anos. Haviam cidades, como Ipanema, que já enfrentavam a epidemia desde o final do anos passado”, explicou.
Ela informou que os trabalhos dos agentes de saúde têm permanecido intensos desde 2010 e apontou como um dos fatores sendo a falta de mobilização por parte da população, que não tomou os devidos cuidados para impedir a criação de focos do mosquito após dois anos sem epidemia. “Em nossa cidade nós tivemos um ano de 2012 com menos de 10 casos positivos e isso criou certa acomodação na população, que acreditou que não haveria nova epidemia. E a partir do momento que nós descuidamos da vigilância de nosso imóvel e vizinhança, abrimos caminho para a proliferação deste inimigo novamente”, disse Emilce.
Segundo a coordenadora, outro fator que tem contribuído para o aumento do número de casos da doença foi a entrada do sorotipo 4 no Brasil. “Para os epidemiologistas, a entrada deste sorotipo fez com que toda uma população que não estava imune a ele sofresse com a doença, pelo fato dele ser recente em nosso país”, informou.
Com informações do TEMPO+ (tempomais.com)