Cuidados com a saúde durante o período das chuvas
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O período de chuvas, sobretudo no verão, ocasiona enchentes e inundações que podem causar problemas à saúde. As águas sujas provenientes das enxurradas colocam as pessoas em contato com agentes infecciosos que desencadeiam uma série de doenças. Entre as principais enfermidades estão as verminoses, salmoneloses, febre tifoide, hepatite A, tétano e ainda outras, de transmissão respiratória. Agir corretamente, tomando os principais cuidados na prevenção e tratamento contra estes males é fundamental para evitar o contágio e proliferação.
A leptospirose é uma das principais ocorrências epidemiológicas decorrentes das inundações. Sua transmissão se dá pelo contato com água ou lama contaminada pela urina de roedores infectados, principalmente os domésticos, como ratazanas, ratos de telhado e camundongos. Este contato ocorre durante e imediatamente após as inundações, quando as pessoas retornam às suas residências e procedem à limpeza e remoção da lama e outros detritos.
De acordo com a referência técnica em saúde ambiental da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Marina Caldeira, para evitar a transmissão dessas doenças é fundamental fazer uso de luvas, botas de borracha ou sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés. Isto porque a penetração do micro-organismo (bactéria) ocorre pelo contato com mucosas.
“Toda a água e lama remanescentes devem ser removidas, a limpeza das paredes e do piso deve ser feita com solução de água sanitária (para 20 litros de água, quatro xícaras de café ou um copo de 200 ml de água sanitária). A água contaminada não pode ser utilizada para beber, lavar a louça, ou para a preparação de alimentos” alerta.
Os principais sintomas de quem contrai essas enfermidades podem ser evidenciados por febre alta, cefaleia (dores de cabeça), mialgia (dores musculares principalmente nas panturrilhas, dorso e abdome), prostração (apatia), náuseas e vômito, diarreia e manifestações mais graves como icterícia (coloração amarela em mucosa e pele), hemorragias e alterações respiratórias. “Em caso de manifestação de um ou mais sintomas a pessoa deve procurar imediatamente a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de sua casa. A leptospiroses pode ser fatal e possui alto percentual de letalidade em quadros graves”, informa Caldeira.
Da mesma forma, as UBS dos municípios atingidos pelas inundações devem ficar em alerta com a possibilidade de ocorrência de casos suspeitos de leptospirose e de outras doenças decorrentes, bem como para o diagnóstico e tratamento precoce, evitando, assim o óbito.
A Fundação Ezequiel Dias (Funed) é o laboratório de referência para realização de exames de diagnóstico no Estado. No caso específico da leptospirose, a prevenção baseia-se principalmente no controle de roedores, principais reservatórios e essenciais para persistência dos focos de infecção em eventos dessa natureza.
A SES, por meio da Vigilância em Saúde Ambiental realiza rotineiramente a Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Vigi água) em Minas Gerais. Promovendo ações junto às regionais e municípios atingidos, com inspeções sanitárias aos sistemas de abastecimento de água, identificação de soluções alternativas de abastecimento, distribuição de insumos para desinfecção da água, orientação sobre armazenamento e manejo racional e adequado da água para consumo humano, entre outros.
A limpeza das caixas d’água e o tratamento dos poços devem seguir as orientações dos agentes municipais de saúde. Caso o fornecimento de água esteja comprometido, três diferentes meios podem ser utilizados: ferver a água durante um a dois minutos depois “bater” a água passando de uma vasilha limpa para outra vasilha limpa; adicionar duas gotas de hipoclorito de sódio (2,5% para cada litro de água) e aguardar 30 minutos antes de consumi-la; ou consumir água engarrafada (água mineral).
A SES também realiza atividades relacionadas às situações de inundação, com a gestão de riscos pelo Programa Vigi desastres, em construção no Estado. “Em situação de resposta, procura-se detectar consequências prejudiciais ou perdas esperadas na saúde pública, como mortes, lesões, enfermidades durante e após inundações e/ou eventos adversos, principalmente quando há deterioração da qualidade ou interrupção de serviços essenciais, como os do setor de saúde”, completa Marina.
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