terça-feira, 17 de maio de 2011

Bancos não utilizam Funcafé para aliviar produtores

(Foto: Reprodução)
A Sincal (Associação Nacional dos Sindicatos Rurais das Regiões Produtoras de Café e Leite) está preocupada que não ocorra uma liberação dos estoques de maneira racional, o que pode provocar a queda de preços de café, principalmente agora, na “boca da safra”.
Além disso, a Sincal lembra que se tivéssemos feito política de regulagem de fluxo, financiando os cafeicultores com recursos do Funcafé em 2010, o Brasil e a cafeicultura teriam, com certeza, um resultado expressivo no aumento de preços do café. O aumento somente passou a ocorrer de novembro de 2010 em diante, alcançando os atuais R$ 550,00 a saca de café de boa qualidade. Assim, os cafeicultores acabaram, a sua maioria, vendendo a safra de 2010 na faixa de R$ 280,00 a R$ 290,00, ou seja, aproximadamente pela metade do preço.
Tínhamos dinheiro do Funcafé para exercer tal procedimento, mas infelizmente esses recursos não foram utilizados pelos agentes financeiros, como o Banco do Brasil e as “credis” (Bancoob). Sabemos que muitas cooperativas de crédito retornaram as verbas do Funcafé, numa atitude antipatriótica e lesiva aos cafeicultores e ao país.
Com uma gestão profissional e incisiva, no sentido da obrigatoriedade da aplicação desses recursos, teríamos, com certeza, um aumento de preços no período de maio a setembro, em plena colheita de 2010. Portanto, a Sincal adverte aos cafeicultores e ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) que adote uma gestão profissional e condizente com as necessidades da cafeicultura.
Para confirmar essa ridícula média de preços que os cafeicultores receberam, na faixa dos R$ 280,00 a R$ 290,00 em 2010, basta consultar as cooperativas de cafeicultores.
A Sincal, em nome dos cafeicultores, espera providências do Ministério da Agricultura para estocagem, através dos agentes financeiros citados. Caso os mesmos não venham exercitar tal procedimento, essa verba do Funcafé para estocagem deverá ser repassada às cooperativas do setor, na obrigatoriedade da regulagem do fluxo.
Sabemos que a lei de mercado da oferta e da procura é determinante na formação de preços, mas a regulagem do fluxo é muito mais incisiva do que o exposto.

Por Armando Matielli, presidente executivo da Sincal

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