Governador envia à Assembleia projeto de lei que cria o Fundo Estadual do Café
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O Governador Antônio Anastasia durante pronunciamento no Concurso Estadual de Qualidade dos Cafés de Minas (Foto: Wellington Pedro / Imprensa MG) |
O governador Antônio Anastasia entregou, nesta sexta-feira
(16), no Palácio Tiradentes, os prêmios aos primeiros colocados do 8º Concurso
Estadual de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais. Durante a solenidade,
Anastasia assinou mensagem encaminhando à Assembleia Legislativa do Estado
projeto de lei que institui o Fundo Estadual do Café (Fecafé), com o objetivo
de promover o desenvolvimento econômico e social, a competitividade e a
sustentabilidade da cadeia produtiva do café. O fundo contará com recursos do Orçamento
do Estado, a serem disponibilizados por meio do Banco de Desenvolvimento de
Minas Gerais (BDMG).
“Nós vamos alocar um valor anual de cerca de R$ 100 milhões,
que pode ser desdobrado em dois anos. É um fundo permanente. O grande objetivo
é exatamente sustentar as atividades do café. Quando o café está bem, nós
percebemos que há todo um circuito de prosperidade no interior. A renda, o
dinheiro corre no interior do Estado. Aí o comércio responde melhor e a
indústria também. Por isso a importância do café, presente em mais de 600
municípios de Minas Gerais”, disse Anastasia em entrevista coletiva.
A criação do Fecafé e a realização do concurso fazem parte
das ações do Governo de Minas para consolidar a cafeicultura familiar, dar
visibilidade aos cafés de qualidade do Estado, capacitar provadores de café e
fortalecer a assistência técnica aos produtores. Dentre as ações a serem
desenvolvidas com recursos do fundo destacam-se a subvenção econômica ao prêmio
do seguro rural, para apoiar os agricultores diante de intempéries, e o
georreferenciamento do parque cafeeiro, que permitirá o mapeamento da
diversidade de cafés produzidos no Estado.
“O café para nós, em Minas Gerais, além do seu valor
econômico, além do seu valor social, na medida em que emprega milhares e
milhares de pessoas e democratiza a renda por todo o nosso Estado, está de modo
indelével preso à nossa trajetória, ao nosso código genético, à história de
Minas Gerais. Por isso mesmo, quando falamos que o café é o nosso ouro verde é
muito mais do que simbologia”, destacou o governador.
Concurso
Nesta edição do Concurso Estadual de Qualidade dos Cafés de
Minas Gerais foram inscritas 1.637 amostras das quatro regiões cafeeiras do
Estado: Cerrado, Chapadas de Minas, Matas de Minas e Sul. O número é 59,5%
superior ao da última edição do concurso. A seleção foi feita em duas
categorias: “café natural” e “café cereja descascado ou desmucilado”. Este é o
maior concurso de qualidade do café do Estado em número de amostras.
“O café é fundamental para a economia de Minas. Um quarto do
café do mundo inteiro de todo o planeta Terra é feito aqui no nosso Estado.
Isso significa que nós temos uma grande responsabilidade não só pela
quantidade, que por sim só já é avassaladora, mas muito mais, e aí o nosso
esforço, pela qualidade desse café, pelo seu valor agregado. Por isso, no
momento em que certificamos as propriedades, no momento em que conferimos aqui
a premiação àqueles produtores que deram um passo além, nós estamos aplaudindo,
reconhecendo o mérito, o denodo, o esforço, o empenho de cada qual, mas dizendo
a toda Minas e ao Brasil: aqui se produz muito café, mas, mais do que nunca, se
produz café de excelente qualidade, rico, saboroso, aromático e com todas as
boas características”, afirmou Anastasia.
Foram classificadas 106 amostras para a final do concurso –
48 na categoria “natural” e 58 na categoria “cereja descascado ou desmucilado”.
Desse total, foram escolhidos os três melhores cafés de cada categoria e em
cada região.
Durante a solenidade foram entregues certificados, troféus e
prêmios (moto 0 km, TV de LED e equipamentos para colheita do café) aos participantes.
O reitor da Universidade Federal de Lavras, professor Antônio Nazareno
Guimarães, o reitor do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do
Sul de Minas, professor Sérgio Pedini, e o presidente da Emater, Maurílio
Soares Guimarães, entregaram placas de homenagens a oito parceiros da qualidade
dos cafés de Minas Gerais: Organização das Cooperativas de Minas Gerais
(Ocemg), Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (Fameg), Federação
dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais (Fetaemg), Basf,
Café Brasil, Carmo Coffees, Fertilizantes Heringer e Syngenta.
Também participaram da solenidade o vice-governador Alberto
Pinto Coelho, os secretários de Estado Danilo de Castro (Governo), Maria Coeli
(Casa Civil), Carlos Melles (Transportes e Obras Públicas) e Carlos Pimenta
(Trabalho e Emprego) e o secretário-geral da Governadoria, Gustavo Magalhães.
Produção
Minas Gerais é o maior produtor de café do Brasil. O Estado
responde por 50,2% da safra nacional. A produção mineira neste ano deve
alcançar 22,1 milhões de sacas, espalhada por 604 municípios, segundo dados da
Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). É o segundo produto da pauta de
exportação do Estado, depois do minério de ferro. É vendido para mais de 60
países em todo o mundo. Os principais destinos do café de Minas, atualmente são
Alemanha (23,4%), Estados Unidos (21,1%), Itália (10,1%), Japão (9,4%) e
Bélgica (8,3%).
Entre janeiro e novembro de 2011, a receita das exportações
mineiras de café alcançou US$ 5,2 bilhões, cifra 44,9% superior à registrada em
idêntico período de 2010.
Categoria Natural
Sul de Minas
1º lugar – Antônio Mello Canato (Carmo de Minas)
Cerrado Mineiro
1º lugar – Acácio José Dianin (Monte Carmelo)
Matas de Minas
1º lugar – Thamires Rodrigues Ferreira (Manhumirim)
Categoria Cereja Descascado
Sul de Minas
1º lugar – José Wagner Ribeiro Junqueira (Carmo de Minas)
Cerrado Mineiro
1º lugar – Amélia Ferracioli Delarisse (Patrocínio)
Matas de Minas
1º lugar – José Rocha (Manhuaçu)
Chapada de Minas
1º lugar – Cláudio Esteves Gutierrez (Água Boa)
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