Km 596: Carreta transportando ácido tomba na BR 116
![]() |
Após o seu tombamento, a carreta se arrastou pela pista e parou na margem contrária (Foto: E.C.Sette / PR) |
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Realeza foi acionada
às 05 horas da manhã deste sábado (10) para atender a ocorrência de tombamento
de uma carreta no km 596 da rodovia BR 116. No local havia uma carreta tanque
que transportava ácido clorídrico tombada fora da pista. O caminhão ficou de
rodas para cima às margens de uma ribanceira e sua carga estava vazando,
produzindo uma extensa névoa tóxica que impedia as pessoas de se aproximarem da
cabine. O condutor foi retirado da carreta por uma equipe de resgate do Corpo
de Bombeiros de Manhuaçu em estado grave. O local, próximo à divisa dos
municípios de Manhuaçu e São João do Manhuaçu, já é conhecido por registrar o
maior número de acidentes de trânsito da região.
![]() |
Sargento Cleber Marcílio, do Corpo de Bombeiros de Manhuaçu (Foto: E.C.Sette / PR) |
De acordo com as primeiras informações, João Francisco
Garcia, de 43 anos, condutor da carreta Scania placa FOL-2009, perdeu o controle da direção
quando fazia a curva. O veículo, que seguia sentido a Realeza tombou na pista e
se arrastou pelo asfalto até o acostamento da margem contrária. Segundo o
Sargento Cleber, do Corpo de Bombeiros, a vítima foi conduzida para a Unidade
de Pronto Atendimento (UPA) com um quadro de saúde que inspirava cuidados
devido à sua gravidade. “O motorista se encontrava com trauma de face, trauma
de tórax e trauma de abdômen, com corte profundo no braço e inconsciente devido
à inalação do produto”, informou o Sargento.
Ainda, segundo o bombeiro, após a retirada do condutor do
interior do caminhão, todas as medidas necessárias em situações deste tipo
foram adotadas para diminuir o risco para a saúde da população. “O ácido
clorídrico não é inflamável, porém ele é tóxico. A guarnição teve que se
equipar com equipamentos de proteção individual, isolamos a área em torno de
100 metros do local, comunicando também aos moradores das proximidades sobre os
riscos de inalação deste produto”, informou.
Por volta de 07h20 a PRF liberou a pista nos dois sentidos,
mas com previsão de novas interrupções no decorrer do dia, quando a empresa
responsável pelo transbordo do material iniciar os trabalhos de remoção.
Monitoramento da água
O local onde a carreta tombou fica próximo ao leito do rio
Manhuaçu e de acordo com as primeiras avaliações, o ácido clorídrico entrou em
contato com a água. Segundo Heron de Souza, Diretor do SAAE (Serviço Autônomo
de Água e Esgoto) de Manhuaçu, parte da água consumida pela população da cidade
vem deste rio. Ele informou que o químico responsável já se encontra no local
fazendo uma análise da água e estudando o grau de risco para a população. Outra
equipe está monitorando a situação em diversos trechos do rio até o local onde
ocorre sua captação, para ver se haverá necessidade de interromper o
fornecimento de água.
Ácido Clorídrico
O ácido clorídrico é uma solução aquosa, fortemente ácida e
extremamente corrosiva, devendo ser manuseado apenas com as devidas precauções.
Ele é normalmente utilizado como reagente químico, e é um dos ácidos fortes que
se ioniza completamente em solução aquosa. Em sua forma pura, ele é um gás,
conhecido como cloreto de hidrogênio.
À temperatura ambiente, o cloreto de hidrogênio é um gás
incolor a ligeiramente amarelado, corrosivo, não inflamável, mais pesado que o
ar e de odor fortemente irritante. Quando exposto ao ar, o cloreto de
hidrogênio forma vapores corrosivos de coloração branca.
Esta ocorrência foi registrada pelos agentes federais Sotti
e A. Silva.
![]() |
Uma névoa tóxica se formou no local após o acidente (Fotos: E.C.Sette / PR) |
Everardo C. Sette
portalrealeza@portalrealeza.com