sábado, 10 de março de 2012

Km 596: Carreta transportando ácido tomba na BR 116


Após o seu tombamento, a carreta se arrastou pela pista e parou
na margem contrária
(Foto: E.C.Sette / PR)
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Realeza foi acionada às 05 horas da manhã deste sábado (10) para atender a ocorrência de tombamento de uma carreta no km 596 da rodovia BR 116. No local havia uma carreta tanque que transportava ácido clorídrico tombada fora da pista. O caminhão ficou de rodas para cima às margens de uma ribanceira e sua carga estava vazando, produzindo uma extensa névoa tóxica que impedia as pessoas de se aproximarem da cabine. O condutor foi retirado da carreta por uma equipe de resgate do Corpo de Bombeiros de Manhuaçu em estado grave. O local, próximo à divisa dos municípios de Manhuaçu e São João do Manhuaçu, já é conhecido por registrar o maior número de acidentes de trânsito da região.
Sargento Cleber Marcílio, do
Corpo de Bombeiros de Manhuaçu
(Foto: E.C.Sette / PR)
De acordo com as primeiras informações, João Francisco Garcia, de 43 anos, condutor da carreta Scania placa FOL-2009, perdeu o controle da direção quando fazia a curva. O veículo, que seguia sentido a Realeza tombou na pista e se arrastou pelo asfalto até o acostamento da margem contrária. Segundo o Sargento Cleber, do Corpo de Bombeiros, a vítima foi conduzida para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) com um quadro de saúde que inspirava cuidados devido à sua gravidade. “O motorista se encontrava com trauma de face, trauma de tórax e trauma de abdômen, com corte profundo no braço e inconsciente devido à inalação do produto”, informou o Sargento.
Ainda, segundo o bombeiro, após a retirada do condutor do interior do caminhão, todas as medidas necessárias em situações deste tipo foram adotadas para diminuir o risco para a saúde da população. “O ácido clorídrico não é inflamável, porém ele é tóxico. A guarnição teve que se equipar com equipamentos de proteção individual, isolamos a área em torno de 100 metros do local, comunicando também aos moradores das proximidades sobre os riscos de inalação deste produto”, informou.
Por volta de 07h20 a PRF liberou a pista nos dois sentidos, mas com previsão de novas interrupções no decorrer do dia, quando a empresa responsável pelo transbordo do material iniciar os trabalhos de remoção.

Monitoramento da água

O local onde a carreta tombou fica próximo ao leito do rio Manhuaçu e de acordo com as primeiras avaliações, o ácido clorídrico entrou em contato com a água. Segundo Heron de Souza, Diretor do SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) de Manhuaçu, parte da água consumida pela população da cidade vem deste rio. Ele informou que o químico responsável já se encontra no local fazendo uma análise da água e estudando o grau de risco para a população. Outra equipe está monitorando a situação em diversos trechos do rio até o local onde ocorre sua captação, para ver se haverá necessidade de interromper o fornecimento de água.

Ácido Clorídrico

O ácido clorídrico é uma solução aquosa, fortemente ácida e extremamente corrosiva, devendo ser manuseado apenas com as devidas precauções. Ele é normalmente utilizado como reagente químico, e é um dos ácidos fortes que se ioniza completamente em solução aquosa. Em sua forma pura, ele é um gás, conhecido como cloreto de hidrogênio.
À temperatura ambiente, o cloreto de hidrogênio é um gás incolor a ligeiramente amarelado, corrosivo, não inflamável, mais pesado que o ar e de odor fortemente irritante. Quando exposto ao ar, o cloreto de hidrogênio forma vapores corrosivos de coloração branca.
Esta ocorrência foi registrada pelos agentes federais Sotti e A. Silva.
Uma névoa tóxica se formou no local após o acidente
(Fotos: E.C.Sette / PR) 
Everardo C. Sette
portalrealeza@portalrealeza.com

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