UNSP: Carmem Brum explica polêmica
Para Carmem Brum o processo eleitoral deverá ser retomado (Foto: Carlos Henrique Cruz / Portal Caparaó) |
A história começa em setembro de 2011, quando foi publicado
um edital de convocação para eleições de todo o estado aparentemente correto.
Com denúncias de irregularidades na direção estadual, a diretoria executiva
nacional decidiu suspender o processo eleitoral, conforme comunicado publicado
no dia 20 de outubro, antes da eleição marcada para 26 de outubro.
Segundo Carmem Brum, no comunicado, ficou claro que seria
publicado edital de continuidade do processo eleitoral. “Não foi cancelado o
processo. Apenas suspenso. Foram inscritas duas chapas, pelo que ficamos
sabendo. Uma era a nossa”.
Comissão
No dia 29 de outubro, foi realizada uma assembleia em Caeté
(região metropolitana de Belo Horizonte), já que o mandato terminou. Foi eleita
uma comissão para dar andamento administrativo, político e sindical. Não foram
eleitos cargos para a diretoria. “Essas pessoas alteraram a ata e registraram
nomeando cargos e que eram responsáveis por tudo. A Executiva Nacional, quando
tomou conhecimento, tomou providências. Foi um absurdo e já está na Justiça”,
afirma a diretora.
Carmem conta que eles invadiram a sede estadual somente para
inscrever uma chapa, sem ninguém saber, fecharam tudo, retiraram documentos e
trocaram as fechaduras. Em Manhuaçu, fomos comunicados pela Executiva Nacional
e comunicamos aos associados.
A confusão tem seu ápice no dia 21 de janeiro. Foi publicado
um novo edital, começando outro processo eleitoral. “A pessoa que assina o novo
edital marcando eleição não tem legitimidade para conduzir o processo
eleitoral. O mais estranho é que publicaram no jornal Minas Gerais, enquanto o
estatuto determina o Diário Oficial da União. Em momento algum dão continuidade
ao processo eleitoral suspenso. Eles abrem novo processo, como se não existisse
lei ou estatuto. Como se fossem donos de tudo”, afirma.
Carmem também falou sobre a história de terem encontrado o
sindicato fechado, na sexta-feira, 23 de Março, em Manhuaçu. “Só ficamos
sabendo que eles viriam para cá na véspera. Não foi feito comunicado ao Nilson
Tavares, que está respondendo por Manhuaçu, e simplesmente fizeram tudo na
calada da noite para nos pegar desprevenidos. A orientação da Executiva
Nacional foi de fecharmos as portas. Não fizemos porque queríamos. Eles
invadiram a UNSP e fizeram uma eleição irregular. O caso já está na Justiça”,
alega.
Irregularidades
Segundo a diretora, o processo foi cheio de vícios e
irregularidades. Ela argumenta que colocaram nomes de pessoas na chapa que nem
sabiam que ia ter eleição, que eram candidatos e nem haviam autorizado. “Fomos
lá com advogada protocolamos o oficio da ‘candidata’ e verificamos
irregularidades. Não havia chapa escrita perto da urna, candidatos permaneceram
o dia inteiro no local de votação, como se fossem fiscais. Tudo errado. Venho a
publico para esclarecer o que está acontecendo. Essa eleição é irregular”,
afirmou.
De acordo com ela, o processo foi tão irregular que apenas
31 pessoas compareceram para votar. “Temos cerca de mil associados e apenas 31
foram votar. Tem coisa errada aí”.
Justiça do Trabalho decide
Carmem argumenta ainda que essa eleição foi uma tentativa de
golpe dessa comissão provisória: “Eles são especialistas em golpes. Desde o ano
passado, viemos derrubando as tentativas de golpe deles. Agiram de uma forma
bem traiçoeira para nos pegar desprevenidos e não adiantou”, alfinetou.
Carmem Brum ainda disse que o atual grupo não tem autoridade
para fechar o sindicato e impedir a advogada de trabalhar. “Afinal, mesmo se
tivesse sido um processo dentro da lei, nem posse ou ata foi registrada”,
destacou.
Ela ainda explicou que na sexta-feira, 30 de março, a
Justiça do Trabalho julgou a ação proposta pela UNSP Nacional e cancelou tudo o
que a comissão irregular fez. “Julgo procedente o pedido inicial, para declarar
nula a ata de assembleia geral extraordinária da Regional Minas Gerais,
realizada em 29.10.2011, sendo nulos, por consequência, o seu registro e todos
os atos que dela decorreram”, escreveu a juíza do trabalho Dra. Renata Lopes do
Vale.
Com informações de Carlos Henrique Cruz – Portal Caparaó