domingo, 11 de julho de 2010

Desafio de Costa e Anastasia é buscar outras identidades

(Foto: Reprodução)
A sucessão deste ano em Minas Gerais coloca à prova dois candidatos a governador que devem polarizar as eleições e têm perfis completamente diferentes. Para alguns cientistas políticos, ambos os candidatos possuem pontos fortes na campanha, como a força de apoios políticos e respaldos de administrações bem-sucedidas. Mas eles também apontam uma necessidade comum aos dois. Precisam desvencilhar dos atuais perfis e criar imagens novas junto ao eleitorado.
Para Malco Camargos, cientista político da PUC-MG, as diferenças entre Hélio Costa e Antonio Anastasia "são significativas" e ambos precisam se mostrar um pouco diferentes dos perfis pelos quais são reconhecidos pelo eleitor. "Anastasia precisa ser mais político e menos técnico. Com Hélio Costa, é o contrário: precisa se mostrar menos político e mais gerente", avalia.
Para o professor da Fumec Ronaldo Garcia, há um fator que pode ajudar Hélio Costa quando o horário eleitoral gratuito começar. "Ele é um comunicador nato", analisa, referindo-se aos tempos em que o candidato peemedebista era repórter e apresentador de TV. Já Anastasia, também no entendimento do professor, terá, na TV, a ajuda do ex-governador Aécio Neves, que tem desenvoltura diante das câmeras.

Vices

Os vices dos dois candidatos a governador, na opinião dos cientistas políticos, podem fazer com que o eleitor identifique diferentes perfis em Costa e Anastasia. Patrus Ananias (PT), vice de Hélio Costa, é reconhecido pelo trabalho social feito à frente do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Já o presidente da Assembleia Legislativa, Alberto Pinto Coelho (PP), vice de Antonio Anastasia, é votado em boa parte do Estado e leva densidade à chapa. "O Patrus traz um elemento de discurso social muito forte. Já o Alberto Pinto Coelho cobre uma lacuna do perfil de Anastasia pelo perfil político", avalia Malco Camargos.
Pontos negativos. O candidato peemedebista é conhecido pelo temperamento forte, às vezes até um pouco intempestivo, segundo aliados e até os assessores mais próximos. "Esse aspecto é realmente negativo. Na medida em que ele pede voto, precisa ter uma humildade mais acentuada do que o indivíduo comum", opina o professor Ronaldo Garcia.
Já contra Anastasia, na opinião dos especialistas, pesa o estigma de "gerentão". "Esse é considerado o ponto fraco da atual gestão. E aí, o Hélio Costa acaba se destacando porque tem ao seu lado um homem de perfil muito diferente dos gerentes, que é o Patrus", afirma Paulo Roberto Leal Figueira, cientista da Universidade Federal de Juiz de Fora.

(Imagem: Reprodução)

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