Mensalão: Justiça cumpre mandados de busca e apreensão em Caratinga
(Foto: Reprodução / TV Super Canal) |
Os vídeos denunciados pelo ex-servidor público Robson
Ferreira Bastos, que atuava na prefeitura de Caratinga como assessor de
geoprocessamento, protagonizam o maior escândalo político da cidade. As imagens
de vereadores recebendo dinheiro dentro da Prefeitura levantaram a suspeita de
um esquema de mensalão em Caratinga. Um possível pagamento de propina a
vereadores para aprovação de projetos de lei de interesse da Prefeitura de
Caratinga.
Na manhã desta terça-feira (24/01) o processo de
investigação instaurado pelo Ministério Público teve um capítulo importante. O
Ministério ajuizou a ação cautelar de busca e apreensão contra cinco
vereadores: Emerson da Silva, Ricardo Gusmão, Altair Soares, Ronilson Marcílio
e Cleider Costa de Medeiros.
Mandados de busca a
apreensão também foram cumpridos na casa da secretária de fazenda, Angelita
Lelis; do secretário exonerado de desenvolvimento econômico e turismo, Edson
Soares; do chefe de gabinete, também exonerado, Edwy Júnior e na residência do
prefeito da cidade, João Bosco Pessine. A equipe de jornalismo do Super Canal
acompanhou os trabalhos realizados por 36 policiais militares de Ipatinga e
Belo Horizonte, 15 oficiais de justiça e promotores da capital mineira.
A equipe responsável
pelo cumprimento de mandado de busca e apreensão na casa do prefeito chegou por
volta das 07h da manhã. Pelo interfone foi solicitada a entrada da equipe. O
prefeito desceu para verificar o que estava acontecendo e ainda na garagem foi
orientado a franquear a entrada da equipe de posse de um mandado de busca e
apreensão em sua casa. Pessine argumentou “mas eu não sou bandido, sou o
prefeito da cidade” e ainda questionou a presença de tantos policiais, mas
acatou a decisão da justiça.
Mandados de busca e
apreensão também foram cumpridos na Câmara Municipal e na Prefeitura. No órgão do poder executivas as equipes
estavam devidamente autorizadas a vasculhar o gabinete do prefeito, salas das
secretarias da fazenda e desenvolvimento econômico e turismo e chefia de
gabinete. A liminar deferida pelo juiz de direito da 2ª vara cível de
Caratinga, Alexandre Ferreira, concedia autorização para busca e apreensão de
documentos públicos ou particulares, como correspondências, contratos, agendas,
relatórios, boletos, extratos e comprovantes de transações bancárias,
computadores, dentre outros objetos necessários à prova dos ilícitos.
O ex-assessor de geoprocessamento
da Prefeitura repassou à 2ª. Promotoria
de Justiça da Comarca de Caratinga um DVD contendo 78 vídeos, que segundo o
denunciante teriam sidos gravados pelo ex-secretário Edson Soares e pelo
ex-chefe de gabinete Edwy Júnior.
Robson relatou á
promotoria que o esquema consistia ainda no pagamento mensal da quantia de 15
mil a 20 mil reais a cada vereador envolvido, para que estes aprovassem
projetos de lei de interesse do executivo. Robson foi ouvido no dia 04 de
novembro e a partir de então, as investigações tiveram início.
As equipes se
espalharam em diversos pontos da cidade, na casa dos suspeitos de envolvimento
naquele que pode se configurar como o maior escândalo político da cidade. A
justiça precisa de provas para inocentar ou acusar, dentre as acusações de
Robson ele alega que no suposto mensalão o prefeito e sua cunhada, Angelia
Lelis, secretaria de fazenda sabiam do esquema.
Os vereadores
Ronilson Marcílio e Emerson da Silva elogiaram o trabalho do MP. Para Ronilson
“chegou o momento de ver quem é quem”.
Após cerca de duas
horas de operação, os materiais coletados nas residências e órgãos públicos
foram colocados dentro das viaturas e levados ao Fórum Desembargador Faria e
Souza.
O juiz de direito
Alexandre que deferiu a liminar para a cumprimento de mandados de busca e
apreensão destacou que a operação deveria ter sido realizada em dezembro do ano
passado, quando o pedido foi acatado pela Justiça. Após aguardar os trâmites
legais para a sua realização, ela aconteceu na manhã desta terça-feira, por
volta das 06h da manhã. Alexandre também ressaltou que o conteúdo dos vídeos e
o teor da denúncia são passíveis de uma investigação mais aprofundada. De posse do material recolhido, pode ser que
o Ministério encontre provas para inocentar ou acusar os envolvidos neste
processo de investigação.
Este foi o primeiro
passo de uma resposta do Ministério Público à sociedade caratinguense.
Com informações e imagem do site TV Super Canal Caratinga