Vítima de estupro, menina de 11 anos dá à luz gêmeos
(Foto: Alisson Gontijo / O Tempo) |
A mãe, a dona de casa Marilene Silêncio Santos, de 29 anos, vai ajudar na missão. Ela acompanhou a filha no hospital durante um mês e meio, tempo em que a menina ficou internada. Os bebês nasceram no último dia 3 e receberam alta dois dias depois. “As crianças nasceram com 2.420 Kg e 2.880 kg, estão bem de saúde, assim como a mãe. Graças a Deus a cirurgia foi tranquila”, disse Marilene.
Segundo a dona de casa, a realidade da família agora é outra. “Mudou tudo. Uma criança dessa idade virando mãe”, comentou Marilene disse ainda que, apesar da pouca idade, a filha já toma algumas atitudes de mãe e recebe ajuda de toda a família. “Ela acorda de madrugada para amamentar, ajuda e gosta de cuidar dos filhos. Todos têm ajudado com os bebês, principalmente, a minha mãe e minha irmã, que têm nos auxiliado bastante”, afirmou.
A dona de casa comentou os dois lados da situação. “Por um lado, é ruim, por causa do que aconteceu e por uma criança dessa idade já ser mãe. Mas por outro lado é bom, a chegada das crianças alegraram a casa”.
A família falou sobre a revolta com a atitude do pedreiro João de Souza Neves, padrasto da menina, suspeito de ter estuprado a criança. “Foi um erro, uma irresponsabilidade. Isso não é papel de homem. Abusou de uma criança e depois fugiu. Todos da família confiávamos nele e ele teve a coragem de fazer uma coisa dessas”, lamentou Marilene, que espera por justiça. “Todo mundo quer que a polícia coloque as mãos nele. Vamos rezar para que pague pelo crime que cometeu”.
O ajudante e tio da criança, Aneilton Silêncio Santos, ainda culpou João pela morte do pai. “O meu pai tinha acabado de fazer uma cirurgia e receber alta do hospital. Ele mesmo contou para o meu pai que a criança estava grávida. Ele voltou para o hospital e ficou 15 dias respirando com a ajuda de aparelhos. Mas não resistiu e morreu”.
Marilene disse também que ainda não recebeu nenhum tipo de ajuda e que o conselho tutelar não está acompanhado a menina. Mas, de acordo com a conselheira tutelar de Santa Luzia, Aurete Alcântara Ribeiro, a criança não está sendo acompanhada porque ela mudou de cidade, e agora tem que ser atendida pelo conselho de Venda Nova, onde mora.
“Nesta quarta-feira estarei na casa deles, para saber se a mãe e a criança estão bem. Em seguida vamos encaminhar o caso para o conselho da cidade, que vai repassando informações para o Ministério Público.
A conselheira disse ainda que a criança receberá todo o apoio necessário. “Ela foi vítima de violência, por isso terá uma equipe composta de psicólogo, assistente social, pediatra e nutricionista”, afirmou.
De acordo com a Polícia Civil, o pedreiro de 34 anos, que tinha um relacionamento com a mãe da vítima e é considerado o principal suspeito de ter abusado da criança, ainda está foragido. A vítima contou à polícia que foi abusada uma única vez, quando a mãe saiu para trabalhar.
A gravidez só foi descoberta no quinto mês, quando uma professora da escola onde a menina estudava denunciou o caso ao Conselho Tutelar. A família acreditava que ela estava com barriga d'água.