terça-feira, 19 de outubro de 2010

Pesquisa de manhuaçuense é tema para matéria do Globo Repórter

Reportagem extraída do site Manhuaçu.com em 18/10/2010

Momento em que o pesquisador Danilo Gomes
mede as calorias perdidas durante o futebol
(Foto: Reprodução / Geilson Dângelo)
Uma pesquisa realizada pelo manhuaçuense e pelo mestrando de Educação Física, Danilo Gomes Moreira, pela UFV (Universidade Federal de Viçosa) será um dos temas do Globo Repórter da TV Globo nesta sexta-feira, 22, relacionado ao futebol de fim de semana.
Neste sábado e domingo, a equipe do Rio de Janeiro composta pelo cinegrafista, operador de áudio, editora e uma repórter, esteve em Manhuaçu gravando imagens das “peladas” praticadas nos campos da cidade e entrevistando jogadores amadores. Eles registraram o cotidiano de alguns manhuaçuenses e como o corpo se comporta ao futebol após uma semana sem atividade física, com muito trabalho, comida em exagero, bebida e cigarro.
Os exemplos tomados foram de jogadores amadores que praticam futebol nas manhãs de domingo, no campo do Parque de Exposição, no Bairro Ponte da Aldeia.

Riscos da “pelada” sem orientação

Que o Brasil é o país do futebol ninguém nega. Há quem diga ainda que temos 180 milhões de técnicos dessa área, já que em nosso país todo mundo gosta de dar um palpite no futebol profissional. Mas só assistir aos jogos não satisfaz. O que o brasileiro gosta mesmo é de praticar.
A peladinha do fim de semana, junto com um churrasco com os amigos e uma cervejinha pra acompanhar, sempre é bem vinda. Aliás, isso é o que pensamos. Mas e os riscos dessa pelada? Ainda mais depois de se consumir cerveja e comer carne, por exemplo. Isso sem falar na famosa barriguinha, que quase todo peladeiro tem, literalmente, de sobra.
Um estudo realizado no Laboratório de Performance Humana da Universidade Federal de Viçosa mostrou os riscos que corre o “peladeiro”. O estudo, realizado pelo mestrando de Educação Física, Danilo Gomes Moreira, mostrou que os riscos de se praticar o futebol sem ter uma preparação correta são muito grandes.
(Foto: Reprodução / Geilson Dângelo)
A pesquisa, sob orientação do professor João Carlos Bouzas Marins, avaliou 200 jogadores não profissionais, em cerca de nove campos de futebol. Para esses jogadores foram aplicados três questionários. Um para investigar os hábitos e perfis dos praticantes (como por exemplo, se os atletas se hidratavam e se consumiam álcool). Outro de risco coronariano, ou seja, o fator de risco para doenças cardíacas. No último questionário é avaliada a prontidão para a atividade física.
Os resultados surpreenderam. Negativamente. Dos praticantes do futebol recreativo, ou a popular pelada, os que tinham a circunferência abdominal bastante aumentada, ou seja, aqueles que possuem uma barriga excessivamente grande representam cerca de 20% de todos os avaliados. Segundo Danilo Moreira, que realizou a pesquisa, “são dados preocupantes, pois a circunferência aumentada acarreta um alto risco de desenvolvimento de diabetes para essas pessoas, afirma Moreira”.
Ele afirma ainda que isso não serve é uma recomendação para que as pessoas parem de praticar o futebol. Moreira deixa claro que para muitas pessoas, o futebol é a única atividade física realizada com frequência, e isso evita o sedentarismo. Porém ressalta: “Essas pessoas devem fazer um controle com cardiologista, independente da prática de esportes. Um acompanhamento médico pode evitar que um jogador tenha um problema cardíaco não diagnosticado”. Ele também explica que, tão importante quanto um acompanhamento médico, é a orientação do profissional de Educação Física.
Moreira afirma que as pessoas que desejam praticar esportes devem procurar o aconselhamento de um professor de Educação Física para realizarem atividades físicas que preparem o atleta antes da prática do futebol.

Falta de orientação

(Foto: Reprodução / Geilson Dângelo)
Um exemplo de um caso em que faltou a orientação prévia desses profissionais é o do humorista Bussunda, do Casseta e Planeta da Rede Globo. Bussunda morreu horas depois de praticar futebol com seus amigos. Na ocasião ele se sentiu mal, mas resolveu não procurar um médico.
Isso não significa que a prática do futebol vai levar a morte. O que podemos ressaltar aqui é que se o humorista tivesse um acompanhamento de um profissional de Educação Física, ou até mesmo procurado um médico quando se sentiu mal, provavelmente não teria morrido naquela ocasião.
Mas outro fator, comum entre vários peladeiros, também agrava os riscos: O cigarro. Cerca de 20% dos pesquisados são fumantes, índice próximo do percentual de fumantes no Brasil. Todos eles afirmam que fumam no período de duas horas antes e duas horas após o futebol.
Uma medida simples, que pode evitar sérios problemas é um “jejum” do cigarro. Nas duas horas anteriores e duas horas posteriores ao futebol, o praticante deve evitar fumar.
Segundo Danilo Moreira, “se você fuma nesse período, você potencializa a absorção, e consequentemente a ação nociva do cigarro”. Outra necessidade ignorada pelos praticantes é a hidratação. Apenas 54% se hidratam durante o futebol. E aqui vale uma ressalva: consumir cerveja não é se hidratar!
A indicação que Moreira faz aos jogadores de futebol recreativo é de praticarem alguma outra atividade física, como uma caminhada, por exemplo. Vale ressaltar que é sempre importante realizar toda atividade física com o acompanhamento de um profissional de Educação Física.
Importante também é o controle dos fatores de risco, como obesidade, colesterol, hipertensão, diabetes dentre outros. A necessidade de se adotar um hábito de vida saudável e, principalmente após os 35 anos, um acompanhamento médico frequente, evitam sérias complicações e dão ao atleta não profissional a possibilidade de ter uma maior disposição, inclusive para jogar futebol.

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