Risco de trombose é maior com nova pílula
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A conclusão é de dois estudos, publicados na quinta-feira, feitos com 1,2 milhão de mulheres de 15 a 44 anos. De acordo com especialistas, é consenso que pílulas causam alterações na circulação sanguínea. Mas, dependendo do tipo de hormônio e da dosagem, esses efeitos podem ser maiores. Segundo a pesquisa, as fórmulas com drospirenona, um derivado da progesterona, trazem mais risco do que as com levonorgestrel, outro derivado do hormônio. O levantamento foi feito por pesquisadores americanos e neozelandeses usando bases de dados dos Estados Unidos e do Reino Unido.
Para o cirurgião vascular Nelson Wolosker, do Hospital Israelita Albert Einstein, o interessante da pesquisa é que foram excluídas todas as pacientes que tinham algum fator de risco para trombose, como histórico familiar, obesidade e tabagismo. Isso quer dizer que mesmo mulheres saudáveis podem ter complicações, ainda que a probabilidade seja baixa. No estudo, foram registrados 30,8 casos de trombose por 100 mil mulheres que tomaram drospirenona e 12,5 casos por 100 mil que usaram levonorgestrel. "Diante dos resultados, talvez seja melhor usar a pílula antiga", diz Wolosker.
Complicações
Quem tem algum fator de risco deve evitar qualquer contraceptivo hormonal e partir para os não hormonais, como o DIU (dispositivo intrauterino). "Os hormônios fazem com que as plaquetas coagulem mais facilmente na presença de um estímulo", diz Antônio Mansur, cardiologista do Hospital das Clínicas de SP.
A trombose causa inchaço, dor e, se o coágulo se desprender, pode levar à embolia pulmonar. Segundo o ginecologista Claudio Bonduki, da Unifesp, a pesquisa só reforça a importância de um exame clínico antes de a mulher começar a tomar anticoncepcional. "Há várias fórmulas. Cada hormônio tem suas vantagens e desvantagens. É preciso analisar o histórico”.
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